Conheça a zona por excelência do porco alentejano,

 

A agro-pecuária

A humanização deste espaço teve em conta o equilíbrio ambiental, desenvolvendo-se a agro-pecuária em regime de extensivo, de bovinos e porcos alentejanos.

É uma zona também com boas aptidões para exploração da cabra (apesar de actualmente não ser feita) e como testemunho disso, é a designação que se encontra nas cartas militares de “volta do cabreiro” dada a um dos cabeços da margem do Murtigão.

 

 

 

A flora

O Montado de azinho domina a paisagem, para além da existência do carrasco, do freixo-comum, do sobreiro e da oliveira. E Com vista à melhoria e reabilitação do ecossistema florestal, aumento da biodiversidade, protecção contra incêndios e combate à erosão, foram plantadas cerca de 42.000 azinheiras e cortadas por volta das 1700 (que se encontravam secas). A reposição do coberto florestal abrangeu cerca de 80% da propriedade, encontrando-se actualmente bastante jovem.

È igualmente possível admirar zonas intactas, selvagens, com riachos puros, encostas agrestes e prados verdejantes com todo tipo de ervas aromáticas, que guardam certamente a beleza e o segredo de um dos locais mais inóspitos e desconhecidos do Alentejo.

 

 

 

A Fauna

A fauna surge nesta Rede Natura como componente fundamental e como complemento imprescindível à vastíssima flora. Ela enriquece, dá vida e ritmo a este património natural que, sem ela, seria totalmente insípido.

A variedade de animais é muito extensa. Desde as espécies cinegéticas de maior porte como: javalis; veados; gamos e muflões. Ás de menor porte, como: Coelho; lebre; perdiz; galinhola; codorniz; pombo bravo; rola e patos. Até às espécies protegidas. E nas aves tem-se a: Águia-real; águia-imperial-ibérica, águia-calçada, águia de Bonelli, bufo-real, peneireiro-cinzento, alcaravão, grou, cegonha-preta, cegolnha-branca, milhafre-real, abutre preto, guarda-rios, abelharuco, etc. E dos mamíferos, podem ocorrer espécies como: lince, toirão, saca-rabos, raposa, lontra, gato-bravo, etc.

A SPEA efectuou uma pequena contagem em 2007 (de apenas 1 hora) e registou os exemplares que constam da lista anexa.

A vastíssima riqueza faunística deverá ser apreciada nas primeiras e nas últimas horas do dia. Pelas horas da fresca, o céu enche-se de vida e os campos de movimentações de animais em busca de alimento. Tudo se altera, presencia-se a morte de uns, a sobrevivência de outros e o nascimento permanente de novas vidas. Tudo é Natural e ocorre em função da disponibilidade alimentar que a Mãe Natureza proporciona. A abundância depende sobretudo do nível de pluviosidade registado em cada ano. E esta zona, a mais seca de Portugal, adaptou-se a esta realidade, ganhando uma vida verdadeiramente deslumbrante, como que sequiosa por esse momento, quando caiem as primeiras chuvadas de Outono, um dia de sol aqui, após uma longa noite de chuva – É verdadeiramente indescritível! A vida, o cheiro, a cor, a luz…Só mesmo presenciando

 

 

 

O Monte das “Taipas”

O Monte das “Taipas” como era conhecido pelas gentes da região, agora denominado Monte das Tapadas, desconhece-se ao certo a data da sua origem. Certo é que são vários os vestígios em toda a herdade de construções que remontam à época pré-romana, pressuponde-se que a sua origem é muito antiga. As “paredes-mestras” do Monte são todas feitas em taipa (terra), o que curiosamente lhe conferem um excelente conforto térmico e acústico.

Esta casa já serviu também de estábulo de animais, estando espalhadas por toda a casa vestígios disso mesmo. Uma casa que só agora teve luz eléctrica (energia fotovoltaica), havendo um romantismo bem presente, da memória dos tempos ainda recentes das candeias a petróleo, e que lhe conferem a autenticidade de um Monte Alentejano cheio de história.

 

 

 

As choças

Ainda são visíveis pela herdade vestígios de choças. Tratam-se de construções intemporais desde sempre presentes na paisagem, e são testemunhos vivos das habitações pré-romanas.

O seu diâmetro interno por vezes ultrapassa os cinco metros e da base ao topo do cone de cobertura chegam a atingir os oito metros.

Com uma técnica de construção rudimentar mas muito eficiente, estas choças utilizam no seu fabrico unicamente matéria-prima obtida na zona. A estrutura lítica é composta, invariavelmente, por blocos de pedra justapostos sem auxílio de qualquer tipo de argamassa. Sobre esta estrutura de pedra assentam vários barrotes, inflectindo para o interior dão forma ao esqueleto da cobertura cónica que os irão cobrir. Pelo Outono cortam-se as giestas que entrelaçadas e por vezes atadas cobrem completamente a estrutura de madeira previamente montada. Uma porta, possibilita o acesso ao interior formado por um só espaço.

 

 

 

O Rio Murtigão

A guerra civil espanhola entre 1936 e 1939 levou, segundo rezam as histórias das gentes da região, muitos refugiados a esconderem-se nas encostas e rochedos da margem do Murtigão. È uma zona efectivamente muito dobrada e escarpada, tendo certamente proporcionado bons abrigos e esconderijos, àqueles que para cá decidiram fugir. É um local cheio de história e mistério, aliado a uma beleza natural invulgar, que valerá, sem sombra de dúvida, conhecer.